domingo, 19 de outubro de 2008

GOIATUBA-GO Aspectos Físico do Município



O município de Goiatuba pertence à microrregião homogênea Vertente Goiana do Paranaíba, com uma população de 32.492 (Trinta e dois mil quatrocentos e noventa e dois habitantes) IBGE/2010. Localiza-se entre os paralelos 17º 46’ 48” de latitude sul e os meridianos 49º 10’ 00” e 50º 18’ 00” de longitude oeste. A sede do município localiza-se a 18º 00’ 48” de latitude sul por 49º 21’ 30” longitude oeste, a uma altitude média de 783 metros acima do nível do mar e as encostas altimétricas variam de 400 a 850 metros com uma altitude média de 485 metros acima do nível do mar. Limita-se ao norte com os municípios de Vicentinópolis, Joviânia e Morrinhos; ao sul, com os municípios de Castelândia, Bom Jesus de Goiás, Panamá e Itumbiara; a leste com Buriti Alegre e a oeste com Porteirão. A área atual do município é de 2.475,107 Km2 ou seja, 247.510,7 hectares (51.138 alqueires e 57 litros) contando atualmente com o distrito de Marcianópolis, povoado da Serrinha e quatro aglomerados denominados de Posto Alvorada, Rochelândia, Santo Antônio e Venda Sêca.

O município de Goiatuba

O município de Goiatuba desmembrou-se de Morinhos em 21 de janeiro de 1.931 com uma área de 4.742,107 Km2. Em 1958 desmembra e emancipa Joviânia com 455 Km2. Em 1.963 emancipou Bom Jesus com uma área de 1.208 Km2 e em 1.995 emancipou o Distrito de Porteirão com uma área de 604 Km2. Atualmente o município de Goiatuba conta com uma área de 2.475,107 Km2 de pura fertilidade.

Distante 173 km da capital, a geologia do município é formada por estruturas do pré-cambriano representado pelo complexo goiano. A formação da Serra Geral cobre a maior parte do município.

O relevo é caracterizado por todo o plano ou por ser medianamente dissecado em formas conexas associadas às formas tabulares e amplas. À margem do Rio dos Bois, o relevo apresenta-se plano, sujeito a inundações periódicas devido às dificuldades de escoamento das águas pluviais. Predomina na região o latossolo roxo distrófico e eutrófico. O clima do município é tipicamente tropical quente e úmido, apresentando nitidamente as estações secas e chuvosas. As altitudes do município não provocam modificações marcantes nas médias térmicas. As temperaturas médias variam de 19 º C a 30 º C.
Os lugares de belezas naturais são muitos, mas a exploração ainda é pouca. Esse potencial, característico de quase todos os municípios da nossa região sul de Goisá, reflete-se mais uma vez nas cachoeiras, quedas de água no perímetro rural próximo a sede do município. Moradores das ditas áreas rurais, reafirmam a existência de várias cachoeiras de destaque no entorno da cidade. Elas se situam na fazenda do Zé Doca, outra na fazenda do Antônio Cardoso, no córrego Lajeado fica a cachoeirinha e, a fazenda do Sr. Adevaldes Pereira, também é outra privilegiada. A fazenda Santa Maria, conta com o Brejo do Bezerra. Existe ainda uma cachoeira no córrego Ponte Lavrada, a cachoeira do Macuco, Fazenda Cachoeira e por final, o principal curso do rio que banha o município no sentido norte sul, o Meia Ponte, que nasce no municipio de Itauçu na Serra dos Brandões. Vale lembrar que, pelo ano de 1.732 Bartolomeu Bueno, o filho, ao cruzar este rio nas imediações onde hoje se acha a Usina do Rochedo, o bandeirante valeu-se de duas toras de madeira como travessia. Ao retornar pela mesma rota só encontrou uma, a outra fora levada pelas correntezas d’água. Com esse fato, usou a expressão “meia ponte” nome que conserva até os dias de hoje.
Alguns pontos geográficos como a Serra do Canastra, sendo também um lugar muito bonito e vale a pena ser conferido. Uma caverna de difícil acesso na Faz. Marimbondo e cinco sítios arqueológicos identificados, dos quais três com material coletado: Fazenda Santana, Fazenda Mata Preta e Fazenda Marimbondo.

Fatos que contribuíram para o desenvolvimento da região

Eurípedes Vieira de Castilho e seu quadro "Pouso das Bananeiras"

A oralidade histórica conta que:
1.860- Em virtude da facilidade em adquirir terras, pelo seu baixo valor e ótima fertilidade do solo, aos poucos, aqui foram-se instalando os primeiros moradores.
1873- Um decreto do Governo Imperial “Com o propósito de dotar a Província de Goiás de reais condições de transporte ferroviário, visando integrá-lo ao resto do território brasileiro, surge em 1873 um decreto do Governo Imperial para que tal situação seja concretizada. Dessa maneira, o então presidente da província goiana Antero Cícero de Assis, foi autorizado a contratar a construção de uma estrada de ferro para ligar a cidade de Goiás, ora capital, à margem do Rio Vermelho, partindo da estrada de ferro Mogyana.”
1.891- A Constituição de, diz no Art. 3º - “Fica pertencendo à União, no Planalto Central da República, uma zona de 14.000 Km2, que será oportunamente marcada, para nela estabelecer-se a futura Capital Federal.”
1.896- Cinco anos após a promulgação da Constituição de 1891, noticia-se a chega da estrada de ferro.
1.909- Inaugura-se a Ponte Afonso Pena na divisa de Goiás com Minas Gerais (Itumbiara).
1.909- Mogyana, os trilhos da Ferrovia Paulista atingiram a cidade mineira de Araguari, é o progresso vindo em nossa direção.
1913- Goiás foi ligado à Minas Gerais pela E.F. Goiás e pela “Rede Mineira de Viação”. Inaugura uma nova fase na história da evolução do Estado de Goiás. “A idéia da Mogiana era alcançar Catalão, em Goiás (daí o nome) e dali seguir para Belém do Pará, coisa que nunca aconteceu. Na verdade, a E. F. de Goiás acabou por construir esse trecho, chegando até Goiânia e Brasília. Em 1915”.
As ferrovias passaram ocupar um papel de destaque, pois vieram contribuir positivamente no escoamento dos produtos aqui cultivados. Como a conseguinte intensificação do povoamento goiano que ligou-se a duas ordens principais: de um lado facilitou o acesso dos produtos goianos aos mercados do litoral, de outro possibilitou a ocupação de vastas áreas da região meridional de Goiás, correspondendo à efetiva ocupação agrícola e pecuária. Desta forma entre outros povoados, viria consolidar-se também a Villa de São Sebastião das Bananeiras.
A Estrada de Ferro Goiás teve a construção iniciada em 1907, sendo inaugurado o trecho inicial de Araguari, MG, a Engenheiro Bethout em 1911. Outros trechos foram construídos, como também recebidas linhas da EFOM, concluindo-se a ligação final com Anápolis em 1935.
Outro fato marcante foi a iniciativa do Padre Marinho, com a finalidade de estabelecer relações comerciais com Minas Gerais e São Paulo, utilizou como referência para fazer uma estrada, o caminho dos tropeiros. Partindo de Campinas (hoje bairro de Goiânia), rumava em direção da região a qual deu o nome de Pouso Alto (Piracanjuba), passando por Morrinhos, daí seguindo até a margem direita do rio Paranayba, chegando até o lugar onde encontrava-se instalado o Porto do Major Camillo, onde mais tarde, deu-se a construção da Ponte Afonso Pena, inaugurada em 15 de novembro de 1.909, ligando definitivamente os Estados de Goiás e Minas Gerais.

Manoel Gabinatti Espósito Espositel

Nascido por volta de 1880, natural de Paracatu-MG, de descendência italiano, concluiu o seminário em CaraçaMG apenas para satisfazer a vontade do pai. No dia em que seria ordenado a padre, recusou seus méritos, pois não era sua vocação.
Mais conhecido por Gabinatti, carregava consigo a mania de escolher nome para os lugares, foi seu hábito constante, andar mundo afora. Algumas pessoas diziam que era louco, levava consigo o ônus da desobediência do pai, ao negar receber a batina quando seminarista no Colégio de Caraça-MG. Foi contemporâneo de Artur da Silva Bernardes quando este cursava Humanidades no mencionado colégio. Era admirador Francisco Mendes Pimentel.
Pessoas mais idosa, que o conheceram, relataram que Gabinatti apareceu aqui por volta do ano de 1.920, época em que conquistou a amizade de muitos e sugeriu a mudança do nome de Bananeiras. Para muitas pessoas que exerciam liderança no local, Gabinatti afirmava que Goiatuba era uma alusão ao nome do Estado, uma homenagem à lendária tribo indígena dos Goyázes, encontrada pelos bandeirantes em tempo pretérito.
A junção do termo tupi “Gwa yá,” que quer dizer indivíduo igual, semelhante ou da mesma raça e a palavra “tuba,” quer dizer: grande, muito cheio, muita coisa. Gabinatti, sempre que aqui retornava, insistia na mudança do nome, afirmando que: “Aqui não pode mais chamar Bananeiras, tem que ser Goiatuba.” Nada traduziria melhor a cidade que o próprio e curioso significado etimológico: “Gwa yá tuba” - Muitos indivíduos da mesma raça, ou poeticamente como queria Gabinatti: “Onde Goiás é grande”.
Quem conheceu Gabinatti e o acolheu nos últimos dias de vida, afirmou que Gabinatti muito inteligente, possuía apenas algumas manias, mesmo sendo mineiro de Paracatu, não gostava de Minas Gerais. Como também ficava irritado quando alguém desmerecia sua capacidade intelectual. Responsável pelo batismo de outros municípios na nossa região, o memorável andarilho, já antevia o futuro da Villa de Bananeiras, sabia que o pequeno vilarejo , ainda que possuísse apenas três ruas, resultaria num lugar que despontaria rumo ao desenvolvimento de Goiás. Faleceu em 19 de dezembro de 1936, na fazenda Paciência e foi sepultado no Cemitério do Distrito de Tapuirama, próximo a Uberlândia-MG.

Novos pólos para o desenvolvimento de Goyaz

Av. Goiás (hoje Av. Presidente Vargas) Óleo sobre duratex - Autor: Eurípedes Vieira de Castilho"


Das diversas rotas, pode-se afirmar agora o nosso caso. Os ditos pousos que, entre um e outro, independente de quem estivesse indo ou vindo às sombras acolhedoras das árvores, lá estava a margem direita do córrego Bananeiras, cabeceira do Santa Maria, o Pouso das Bananeiras. (onde é hoje a Praça João Leite). Originado das ditas paragens, um acidente geográfico de fácil reconhecimento dos viajantes, mascates, homens de negócios e até mesmo aventureiros em busca da sorte. Esse lugar não pode mais ser esquecido. Assim ficaram marcados os desígnios de uma futura e próspera cidade, emergida da rota de alguns bandeirantes, transformado entre outros, em Estrada Real, surge o Pouso das Bananeiras, nome batizado pelos mais antigos transeuntes e pelos tropeiros. Posteriormente, Arrayal de São Sebastião do Pouso Alegre, São Sebastião das Bananeiras, mais tarde Bananeira e por fim, Goiatuba.

Em virtude da facilidade em adquirir terras pelo seu baixo valor e ótima fertilidade do solo, aos poucos aqui, foram instalando os primeiros moradores. Terra de posse, agregados e donatários de sesmarias que, durante o decorrer do século XVIII, redefini-se para nós, uma nova era para o início do século XIX. Assim foram chegando aos poucos, as primeiras famílias que alavancaram o progresso da região.
Podemos ver que os povoamentos, também conhecidos como patrimônios, estavam ligados muitas das vezes, ao desejo dos fazendeiros de valorizar suas terras, doando parte delas a um santo ou santa, na intenção imediata, após a doação, de iniciarem ali serviços e festas religiosas, construir capelas, surgimento de pequenos comércios, algumas casas e assim paulatinamente, até consolidar a villa, um ponto de referencia para os negócios, que num futuro passaria a município.
Em 1.860 registra-se o aparecimento dos primeiros proprietários e moradores de sesmarias, glebas de terras concedidas pelo Governo da Província de Goiás em nossa região, que era logicamente ligados à origem de Morrinhos, que fora também subordinado a Santa Cruz de Goiás, período em que remonta à primeira metade do século XIX, isto na transição da economia mineradora para a agropecuária. A partir de 1888, o adensamento e a expansão do povoamento nas porções meridionais de Goiás (Sudeste, Sul e Sudoeste) evidenciaram-se através da formação de diversos povoados como: Nazário, Catingueiro Grande (Itauçu), Inhumas, Cerrado (Nerópolis), Ribeirão (Guapó), Santo Antônio das Grimpas (Hidrolândia), Pindaibinha (Leopoldo de Bulhões), Vianópolis, Gameleira (Cristianópolis), Urutaí, Goiandira, Ouvidor, Cumari, Nova Aurora, Boa Vista de Marzagão (Marzagão), Cachoeira Alta, São Sebastião das Bananeiras (Goiatuba), Serrania (Mairipotaba), Água Fria (Caçu), Cachoeira da Fumaça (Cachoeira de Goiás), Santa Rita de Goiás, Bom Jardim (Bom Jardim de Goiás) e Baliza, possibilitando surgimento de novos municípios: Planaltina, Orizona, Bela Vista, Corumbaíba, Santa Rita do Paranayba (Itumbiara), Mineiros, Anicuns, Trindade, Cristalina, Pires do Rio, Caldas Novas e Buriti Alegre.

Villa de São Sebastião das Bananeiras

Altar da Primeira Capela de São Sebastião das Bananeiras - foto cedida ao acervo pela Sra. Maria Ferreira em novembro de 2008.

Pouso das Bananeiras - Na visão do artista "Eurípedes V. de Castilho"

Contavam os primeiros moradores, que o segundo nome do lugarejo, antes de Pouso das Bananeiras, fora São Sebastião do Pouso Alegre, o que permaneceu por um curto período, não foi bem aceito, pois era uma assimetria entre o conhecido “Pouso das Bananeiras”. Não lembrava aos caminheiros e viajantes o acidente geográfico ou mesmo, a travessia do córrego das Bananeiras, localizado na região do mesmo nome. Retomando, com a doação da gleba de terras, o nome Bananeiras com o prefixo de São Sebastião, pois Manoel Vicente Rosa, que fora seminarista e devoto de São Sebastião; Cândido Luiz de Castilho e Manoel Bernardo da Costa, proprietários de terras à margem direita do córrego Bananeiras, a convite e por sugestão de Vicente Rosa, em 1.892 resolvem doar uma gleba de chão do nativo, no valor total de 59.$.000,000 (cinqüenta e nove mil reis), com a finalidade de erguerem uma capela em homenagem ao Santo Padroeiro. Contam que, nesse mesmo ano, é feita e erguida uma cruz de aroeira, tendo ao seu lado, construído um rancho de palhas e fizeram celebrar ali a primeira missa em louvor a São Sebastião. O evento foi coberto de muito festejo e alegria, inclusive contando com a presença de pessoas vindas de outras regiões. Os moradores da villa, reconhecem a partir desta data, os ditos doadores como fundadores do povoado. O termo de doação foi celebrado de modo a não permitir a venda da área doada, as chamadas datas (lotes). Ficavam concedidos apenas aos requerentes, o direito de uso como um privilégio, o conhecido “aforamento.” Com a construção de uma capela em substituição ao rancho de palha (barraca), surgem simultaneamente nas suas imediações, outras casas residenciais e até mesmo as primeiras comerciais.
A área doada, foi numerada em quadras, recebendo uma ordem seqüencial, como também suas respectivas datas (lotes). Podendo dessa forma, reorganizar o arruamento do aglomerado das casas já existentes, dando um novo aspecto ao povoado que já deixara de ser chamado de “Pouso das Bananeiras,” e sim, São Sebastião das Bananeiras.
Mais tarde que a administração pública municipal adquire, através de permuta com a Igreja Católica, a referida área e disponibiliza sua regularização definitiva aos seus aforados.

Índios, bandeirantes e tropeiros, construíram a história

Praça São Sebastião "Óleo sobre duratex" autor Eurípedes V. de Castilho"

Índios, bandeirantes e tropeiros, construíram a história da “nossa gente, dessa boa terra.” Em 1.722, quarenta anos mais tarde depois do Anhanguera, Bartolomeu Bueno da Silva, o filho, que entre outras, já havia passado por Minas Gerais, estabelecido em Sabará (1701) e depois em Pitangui (1709), foi também um dos idealizadores da Guerra dos Emboabas. Agora de volta à São Paulo em julho de 1.722, a pedido de D. Rodrigo César de Meneses, Capitão Geral da Capitania de São Vicente, ambos estabeleceram ajuste de uma bandeira para localizar e explorar as riquezas dos Goyazes, que fora anunciada entre outros bandeirantes, a do seu próprio pai. Assim o fez e, só retorna a São Paulo em 21-X-1723. Registra-se que dessa primeira investida não obteve sucesso algum, porém meses depois organizou-se uma nova expedição para explorar os ditos veios auríferos. Bartolomeu Bueno e João Leite da Silva Ortiz seu cunhado, recebem de D. Rodrigo César de Menezes a Carta de Sesmaria, em 2 de julho de 1.726. Era comum (lei) o domínio português autorizar, através dos Governadores das Capitanias Hereditárias, aos bandeirantes explorarem as riquezas que encontrassem e em troca de tal privilégio a Coroa Portuguesa cobrava o Quinto.
Munido de tais privilégios, registra a história que o famoso Bartolomeu Bueno da Silva saíra da Vila de Piratininga, com uma tropa de 152 homens armados, acompanhados de dois religiosos bentos e providos de 39 cavalos, seguem a rota de volta para as minas do centro oeste brasileiro. Em meio as matas, atravessando rios e seguindo trilhas antes marcadas pelos índios. Encontrado então, desta vez próximo a serra Dourada, as diversas minas de ouro, funda o primeiro povoado em terras dos Goyazes, com o nome de Núcleo da Barra. Mais tarde, a pouca distância dali, às margens do rio Vermelho, encontra minas mais volumosas. Para lá se foram os moradores da Barra, fundando em 26-VII-1.727 o arraial de Sant’Ana.
A notícia deste descobrimento causou enorme curiosidade e deu origem a uma verdadeira corrida em busca do ouro, partida principalmente de Minas Gerais, através de todas rotas possíveis. Bahia, pelo Espigão Mestre e pelo antigo Arraial de Couros (Formosa), Minas Gerais, pelo Registro dos Arrependidos, passando pelas vizinhanças de Luziânia ou por uma rota alternada, cruzando o rio Paranaíba em Santa Rita do Paranaíba (hoje Itumbiara) e daí subindo para o norte até encontrar a rota principal próximo de Itaberaí.
Já em 1.749, o rendimento por escravo apresentava-se muito baixo não mais que uma oitava por semana. Ano derradeiro em que, a Província de Goyáz pertenceu à capitania de São Paulo. A partir desta data, tornou-se Capitania independente. A população, contudo, continuou composta por negros e mulatos na sua maioria. A partir de 1.778, a produção bruta das minas de Goiás começou a declinar progressivamente em conseqüência da escassez dos metais das minas conhecidas, da ausência de novas descobertas e do decréscimo progressivo do rendimento por escravo. Assim, com o fim do ciclo do ouro, a pecuária e a agricultura passam a ser, obrigatoriamente, as atividades econômicas predominantes na região do centro oeste brasileiro. Essa nova economia e o fluxo de viajantes dinamizaram as áreas ao longo dos caminhos que levavam às minas, intensificando a produção agrícola.
O século XVIII é marcado, durante cerca de 50 anos (décadas de 1730 a 1780), os caminhos que demandavam ao interior brasileiro, que foram os mesmos dos primeiros tempos, orientados para o Centro-Sul através de São Paulo ou de Minas Gerais, como também rumo ao Rio de Janeiro. Fato que colaborou significativamente, quando em 1.739 o arraial de Sant’Ana recebe o nome de Vila Boa, permanecendo na condição de Capitania de Goyáz.
Por nossa região encontrava-se o traçado, uma rota alternativa que cruzando o rio Paranaíba, no Porto do Major Camillo ou Porto do Cahidor, (Santa Rita do Paranayba). Assim os tropeiros deslocavam com suas tropas da região central em direção ao litoral e vice-verso com a finalidade de levarem alimentos e outros tipos de produtos, dando origem ao comércio, principalmente entre os pólos Goiás, Minas e São Paulo, como já mencionado.
As primeiras povoações surgiram concomitantemente com as primeiras tropas. Numa determinada época, Goiás possuía os tropeiros como seu único meio de transporte, porque d’eles eram capazes, vencer as grandes distâncias e se adaptarem bem aos caminhos estreitos. Duas grandes contribuições se destacam: primeiro foi a comunicação através do transporte de mercadorias, cartas, bilhetes, recados, livros, revistas e jornais, desempenhando o papel de correios; segundo, contribuíram para o surgimento das cidades nos locais onde faziam seus pousos como paragens obrigatórias para o descanso e alimentação.